terça-feira, 3 de maio de 2011

Entre a bulimia e o verbo imperativo


Ao início do período, ainda nesta semana, fui colocado a prova. Não havia professor eventual disponível para disciplina de Língua Portuguesa para uma 7ª série, tendo que me “despir” do cargo de coordenador e  ministrar  aula para aquela sala. O desafio não era o de dar aula não, felizmente adoro fazer isso. O problema surgiu ao realizar uma leitura de um determinado texto, tarefa onde os alunos tinham que grifar os verbos no imperativo no decorrer da leitura, quando uma das alunas, aproveitando o silêncio que a leitura coletiva proporcionava, pediu para fazer uma pergunta. Prontamente fiquei a disposição. Foi então quando me surpreendi, pois a pergunta era sobre os principais sintomas da  bulimia. Parei e pensei: “Como contextualizar este assunto com o texto que estava sendo trabalhado?” Por minha sorte a resposta surgiu rapidamente, o texto questionava a exploração de um chefe  contra sua secretária, exaltando o verbo no imperativo através do diálogo entre as personagens . Numa investida, direcionei o assunto sobre distúrbios psicológicos que pode desencadear nas pessoas que passam por esse situação, e a doença, questionada pela aluna   poderia ser um grave sintoma causado  pelo stress no ambiente de trabalho. Mencionei os males que a doença pode gerar,  valorizando a importância da saúde mental e do bem estar, compartilhando o assunto com todos.
Parece  simples o processo de contextualização , mas juro que pensei em deixar a resposta pra depois,  voltando toda a atenção  ao tema proposto na aula, ou mesmo, parando a aula para responder a pergunta  de forma totalmente descontextualizada, voltando ao assunto logo em seguida. Mas resolvi colocar em prática todo o tempo gasto em cima de livros pedagógicos.
       A aula foi  produtiva, onde consegui  conquistar uma  atenção especial por parte dos alunos durante aquela aula.
        Tudo é interligado, todo assunto pode ser vinculado a outro, portanto, não podemos descartar nenhuma pergunta, por mais absurda que seja.

Escrito por Maykon de Souza

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