segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pra que serve a avaliação?


 Polêmica e muito incompreendida atualmente, a Avaliação torna-se, mais uma vez,  foco de debate sobre sua importância e significado no contexto escolar, afinal... pra que serve a avaliação?
  Em seu contexto histórico,  a avaliação era utilizada exclusivamente para separar e/ou classificar os alunos em “bons”, “médios” e “ruins”. O que é totalmente compreensível,  tratando-se de um sistema originado de um currículo focado, firmemente, em objetivos e resultados. Ideia behaviorista que teve enorme influência no cenário brasileiro da época.  O que atribuía um papel central à avaliação. A única maneira de extrair resultados estruturados conforme o plano inicial, o currículo.
 Embora o currículo tenha assumido uma nova estrutura atualmente, com ênfase nos aspectos sócio-culturais e na aquisição de habilidades e competências por parte do aluno, a avaliação ainda carrega um forte estigma, criado na década de 30 e arrastado até as décadas de 70 e 80, de ferramenta convencional para medir, unicamente o nível do aluno. E muitos  profissionais da área educacional possui enormes dificuldades para entender o verdadeiro sentido da progressão continuada, por não entender o atual papel da avaliação nesse novo currículo, onde a mesma assume papel formativo para professores e alunos.
  Atualmente, os alunos possuem uma visão de punição quanto ao ato de avaliar, pois necessita atingir determinada nota para poder concluir mais um ano, e isso causa certo stress no ambiente escolar. Por outro lado  professores resistem veemente a ideia da avaliação como método de classificação dos seus alunos, dando total importância para uma prova fria e mecânica, que por muita das vezes assume um peso muito maior do que outras atividades que o aluno realizou em sala de aula, aprendendo, talvez, muito mais do que uma simples prova aplicada num único dia. Metodologia aplicada em muitas escolas brasileiras. As avaliações externas (SARESP e PROVA BRASIL) não ficaram livre dessa visão, tendo como objetivo avaliar o desempenho do sistema educacional, proporcionando ferramentas estratégicas nos métodos dos rumos nos trabalhos das escolas,  ganha caráter punitivo ao ser vista pelo estado como ferramenta que avalia, simplesmente, o trabalho dos professores. Fato que ganhou proporções ainda maiores após implantado o sistema de bonificação salarial atrelado aos resultados dessas avaliações (IDEB e IDESP). 
Avaliar para procurar novas estratégias de aprendizagem e proporcionar para o aluno, maior autonomia na busca da construção do seu conhecimento é a verdadeira essência do processo, mas há um árduo trabalho de conscientização a ser realizado nas escolas, devido a enorme proporção que a avaliação tomou ao longo de suas origens históricas. E a única forma do professor se apropriar desse conhecimento, é fazer com que os docentes entendam e analisem os  aspectos históricos no sistema educacional. Resultando numa maior compreensão do seu trabalho e do sistema que o rege, proporcionando também maior entendimento do Currículo e do ensino baseado em ciclos, onde respeita-se a evolução individual dos alunos. 

Por Maykon de Souza


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