segunda-feira, 18 de abril de 2011

Independência – A árvore, as pedras e o mendigo

Qual é o verdadeiro objetivo de educar?
Perguntei a mim mesmo após presenciar três alunos, ao qual já ministrei aula, atirar pedras contra um mendigo sentado à sombra de uma árvore...  
Impossibilitado de chegar sequer perto a um resquício de resposta, recorri a sabedoria divina, procurando respostas através dos ensinamentos do maior professor que já existiu: Jesus.
Qual era o método utilizado para educar seus discípulos? Qual foi o objetivo proposto? Será que funcionou? Mesmo após todos terem o abandonado? Mesmo após o terem  vendido?
O que queria este homem que há dois mil anos derramou sabedoria a pessoas que eram escória da sociedade? Simples pescadores e/ou  coletores de impostos.
A mensagem foi passada, mas Jesus buscava mais do que isso. Buscava a autonomia dos seus alunos. A coragem na busca do pensar independente. Afinal o  sábio professor por muitas vezes deixou seus alunos sozinhos sem respostas. Eles precisavam aprender, precisavam buscar suas próprias respostas,  não só ouvindo, mas fazendo.
Repreendia-os  a cada pergunta que faziam sem ao menos pensar numa possível solução; tentava dar-lhes autonomia sobre as situações adversas; orientava; alertava-os da necessidade que tinham em se tornar independentes; afastava-se do grupo sem explicação; juntava-se ao grupo sem explicação;
Seu objetivo não era tornar-se  rei de ninguém, mas sim que cada um fosse  rei de si.
Independência, autonomia?
Será que entendemos mesmo a mensagem proferida?
...acredito que as pedras atiradas não acertaram o homem ladeado por  panelas e resto de comida. Não reagiu, nem pediu socorro. Apenas me olhou... e sem dizer palavra alguma, entendi o que havia dito através dos olhos. Apenas agradeceu por minha simples presença ter afugentado os meninos... e imediatamente pôs se dentro do seu mundo, sem pedir nada, voltando a usufruir daquela sombra. Parecia estar confortável com aquela situação, situação que me incomodava, mas não a ele. Será que estava habituado àquela vida? Não sei...mas sua atitude mostrou que não queria nada. Só estar ali.
Ficou ali por mais um tempo e seguiu seu caminho.
Ele me respeitou e eu retribuí o respeito.
Conversamos sem  proferir uma única palavra.
Educar é ensinar a respeitar o espaço e o limite de si e dos outros.
Talvez esteja aí a resposta, mas requer um longo caminho para se atingir esse nível.
Quanto aos meninos?
A própria liberdade que cada um possui lhes tirará a independência de agora.


Texto escrito por Maykon de Souza






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