sexta-feira, 1 de abril de 2011

PERFIL DA ESCOLA QUE TRABALHO

A E.E. Plácido de Paula e Silva que atende alunos do Ensino Fundamental – Ciclo II e Suplência e Ensino Médio é o antigo Grupo Escolar da cidade de Sete Barras/SP, cuja construção data de 1935 sendo que, ainda hoje, os antigos moradores da nossa pequena cidade de 17 mil habitantes a chamam de “Grupo”. Conserva sua estrutura imponente mesclada com ampliações modernizadas e necessárias para melhor acolhimento da demanda de cerca de 850 alunos (Zona Rural – 35% e Zona Urbana – 65%), divididos em três turnos, num espaço de 11 salas de aulas, sendo que, duas são adaptadas.
Não temos laboratório de ciências, o acervo da Sala de Leitura é muito bom, porém espaço é ínfimo. A Sala do Acessa após quase um ano aguardando reparos, a APM termina o serviço e contrata técnico para colocar todos os 20 computadores em funcionamento. Temos quadra esportiva coberta, refeitório pequeno para a quantidade de refeições que oferecemos por dia.
Possuímos um quadro de gestor completo, um grupo administrativo de oficial e de serviço, muito competente e responsável – cabe registrar que 85% dele têm curso superior, inclusive muitos com pós-graduação.
O índice do corpo docente efetivo soma mais de 80% e somente um professor está afastado como PCOP de Educação Especial junto à Diretoria de Ensino – Região de Registro.
A quantidade de ausência e licenças registrada por parte dos professores é mínima, porém não ocorre o mesmo com os funcionários responsáveis pela limpeza.
Os momentos de HTPCs são privilegiados e os professores constantemente incentivados às leituras, formação e treinamentos. Os PCs são atuantes e cativantes; com habilidades sabem “convidar” os professores a mesclarem no currículo escolar as novas tecnologias o que vem surtindo bons resultados. Materiais de apoio curricular são sugeridos pelos pares de professores e num ambiente que diria muito bom de trabalho dá-se a troca de experiência e avaliação dos resultados.
A comunidade escolar tem acesso a todos os documentos legais da escola, calendários, cronograma de provas, eventos e atividades através do “blog” da escola publicações ou por meio de comunicados; fazem-se sempre presentes e participantes da vida escolar de seus filhos, seja nas Assembléias ou momentos de reuniões de APM, Conselho de Escola ou de Série/Ano/Termo, ou para participar dos eventos promovidos pela escola sempre com a participação ativa do Grêmio Estudantil (Sarau de Leitura e Poesia, Festival de Arte e Música, Semana do Folclore, Culto à Bandeira, entre outros), ou ainda, para receber junto a seu filho o certificado de melhores alunos e/ou destaque do Bimestre.
Utilizamos o livro didático e para tanto temos o cuidado ao escolher o que será utilizado por nossos alunos, pois sabemos que ele é também fonte de pesquisa histórica que permite revelar componentes do currículo escolar que expressam valores, normas e conhecimentos próprios de uma época e de uma sociedade, e articula um conjunto de saberes organizados, que consiste numa representação da cultura, com vistas a transmiti-las aos leitores.
Nossa rotina de trabalho, as normas e gestão e convivência são construídas e avaliadas permanentemente por e pelos diferentes segmentos escolares e, perpassam desde a formação de entrada feita pelos alunos para as orientações e fazermos nossa oração, até as reuniões semanais para estabelecimento de rotinas administrativas de trabalho, pautas das HTPCs e auto-avaliação.
Temos ainda muitos problemas de formação docente (relutam em se apropriar das novas tecnologias, diversificação didática...), de falta de professores eventuais, de módulo de pessoal deficiente, de reforma, de ampliação, de falta de verbas para realização de projetos... mas, procuramos, cada vez mais, através do nosso currículo incentivar o protagonismo de nossos alunos e nos fortalecermos enquanto profissionais da educação, conscientes e responsáveis pelo “acompanhamento” de nossos discentes, pois, se partirmos do princípio que a educação é considerada um dos principais veículos de socialização e de promoção do desenvolvimento individual e que, os sistemas educativos propõem valores que orientam a sociedade e que esta quer transmitir, temos que ter muito discernimento ao falarmos e agirmos enquanto escola que cria ou preserva valores.
Lembramos sempre nas nossas pautas que, os perfis das famílias mudaram, e que nem mesmo a religião tem servido como referência de moral e é impossível fechar os olhos e se negar ver que a mídia é também lugar de formação cultural, juntamente com a escola, família, e instituições religiosas.
Portanto, a escola vem a ser apenas mais um espaço de formação, que se encontra em profunda crise.
Existe por nós uma preocupação constante em contextualizar o que está sendo trabalhado com a vida dos alunos. Levamos sempre em conta a cultura do professor e não descartamos o fato que ela é carregada de crenças, hábitos, valores e normas dominantes que determinam o que é valioso em seu contexto profissional, os modos politicamente corretos de pensar, sentir, atuar e se relacionar. Porém, vivemos em um momento de tensão em que reina a insegurança e a confusão, devido às rápidas mudanças de nosso tempo. As certezas morais e ideológicas de ontem, recaem sobre incertezas e questionamentos de hoje.
Sabemos que o professor precisa constantemente refletir sobre o seu lugar no trabalho docente, como profissão sociocultural, com base de formação e centrada em saberes sociais. Para isso, há necessidade de compromisso dos mesmos, como atores sociais, em busca da melhoria da qualidade dos processos educativos. Por isso, procuramos criar situações para que os professores interajam de forma dinâmica com a comunidade, e através das capacitações em serviço sejam capazes de estabelecer novas relações com as diferentes formas de conhecimento. O professor constitui o eixo fundamental da educação e deve, por isso, assumir a responsabilidade das mudanças não somente em nível cultural, mas também social e tecnológico.
Também é muito presente em nossa cultura escolar a preservação do patrimônio, que vai desde a conservação do prédio que reflete a história do nosso município, senão mais, o potencial histórico dos acervos da instituição e pessoais que contém documentação escolar como atas, livros com registros sobre a vida escolar dos alunos e professores, termos de exame e aproveitamento escolar, relatórios de inspetores, manuais pedagógicos, documentos produzidos por alunos e professores, fotografias, o que vêm mobilizando alunos e professores a pesquisarem, renovando assim suas práticas e motivando todos a uma nova abordagem metodológica.

Texto escrito por Cleuza M. de Paludetto Saccon – Diretora da Escola

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